Vida Consagrada na Igreja é portadora de respostas às necessidades de um determinado contexto histórico, social e cultural, através das moções do Espírito Santo, sinalizando os caminhos de Deus que iluminam a comunidade humana e apontam para a dimensão escatológica e a construção do Reino de Deus.

Há, na Igreja, numerosos institutos de vida consagrada que possuem dons diversos. As formas de Vida Consagrada como dons do Espírito Santo à Igreja são: a Vida Religiosa, os Institutos Seculares e a Sociedade de Vida Apostólica. “Os Institutos Seculares, como expressão de Igreja, apontam para um novo e original estado de Vida Consagrada no meio do mundo. E respondendo, como vocação e missão, ao contexto sociocultural secularizado”, explica a presidente da Conferência Nacional dos Institutos Seculares (CNIS), Aparecida Guadalupe Cafaro.

O Cânone 710 do Código de Direito Canônico afirma que: “o Instituto Secular é um Instituto de Vida Consagrada. No qual, os fiéis (vivendo no mundo) tendem à perfeição da caridade e procuram cooperar para a santificação do mundo; principalmente a partir de dentro.”
Os Institutos Seculares são caracterizados por duas dimensões: a consagração e a secularidade. Como consagrados a Deus (através dos vínculos sagrados de pobreza, castidade e obediência) os membros dos institutos seculares trazem ao mundo (século) o testemunho da dedicação a Deus.

O reconhecimento jurídico da Consagração Secular pela Igreja ocorreu em 1947, pela Constituição Apostólica Provida Mater Ecclesia, por Pio XII. “Levar autenticamente, em todo o tempo e em todo o lugar, a vida de perfeição e abraçá-la em lugares em que a vida religiosa canônica é impossível ou pouco adequada. E recristianizar, intensamente, as famílias, as profissões, a sociedade, graças ao contato imediato e cotidiano duma vida perfeita e totalmente consagrada à santificação, exercendo o apostolado de múltiplas formas”, diz o documento.

São João Paulo II reflete que a autêntica secularidade reveste-se dos sentimentos de Cristo para ser sinal do seu amor. Considera que, a vocação do consagrado secular tem a missão específica de manifestar o Evangelho pela sua vida e inseri-lo como fermento na realidade do mundo em que vive e trabalha.

O Papa emérito Bento XVI considera que, o lugar do apostolado dos Institutos Seculares é todo o ser humano, não só dentro da comunidade cristã, pois são chamados ao testemunho cristão numa sociedade desorientada e confusa. Lembra que a Igreja precisa da vocação dos Institutos Seculares para o cumprimento da sua missão.

O Papa Francisco, dirigindo-se aos Institutos Seculares, afirma: “Por isso a vossa vocação é fascinante, porque é uma vocação que está precisamente ali, onde está em questão a salvação não só das pessoas, mas das instituições (…). Espero que os conservadores tenham sempre esta atitude de ir além, não só além, mas mais além e no meio. Lá onde tudo está em questão: a política, a economia, a educação, a família… ali! E para isso é importante que tenhais muita esperança.”

A forma como vivem os membros do Instituto Secular é como a vida comum ao leigo, sozinhos, em família ou em grupo de vida fraterna, de acordo com o cânone 713 do Código de Direito Canônico. A presidente da CNIS Brasil, Aparecida de Guadalupe Cafaro, explica que esse estilo de vida não é simplesmente uma questão de gosto, mas uma forma de resposta à vocação e missão de consagrado secular.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/institutos-seculares-trazem-ao-mundo-o-testemunho-da-dedicacao-a-deus/